As Brasas, de Sándor Márai

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Há mais coisas entre o Céu e a Terra — e entre os homens, enfim — do que são capazes de expressar as palavras. Foi essa paráfrase, um tanto improvisada e mal-traçada de Shakespeare, que me veio à cabeça quando terminei a leitura de As Brasas, do escritor húngaro Sándor Márai.

Ao conflito que se desencadeou entre os amigos Henrik e Konrad eles não respondem propriamente com palavras, mas com um diálogo complexo e permeado de gestos simbólicos, de desafios explícitos, de silêncios e de acordos tácitos; respondem, enfim, com a própria vida. Eis, a esse respeito, um belo trecho do livro:

Às perguntas mais importantes sempre terminamos respondendo com nossa vida. O que dizemos nesse meio tempo não tem importância, nem os termos e argumentos com que nos defendemos. No final de tudo, é com os fatos de nossa vida que respondemos às indagações que o mundo nos faz com tanta insistência. E que são estas: Quem você é?… O que queria de verdade?… O que sabia de verdade?… A quem e a quê foi fiel ou infiel?… Com quem ou com quê se mostrou corajoso ou covarde?… São essas as perguntas capitais. E cada um responde como pode, com sinceridade ou mentindo; mas isso não tem muita importância. O que importa é que no final cada um responde com a própria vida.

Assista aos breves comentários que fiz sobre a leitura dessa obra:

https://www.youtube.com/watch?v=rCoURrALgFQ

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