Xenófanes

Xenófanes está entre os filósofos pré-socráticos. É o primeiro monoteísta da História do Ocidente. Foi um andarilho dos vinte aos (pelo menos) 92 anos. Não se sabe bem por onde andou. Como poeta, escrevia elegias.

Suspeita-se que teve contato pessoal com Anaximandro; e que foi mestre de Parmênides. Aristóteles disse que Xenófanes foi “o primeiro partidário do Um”, daí que seria um precursor de Parmênides. Há algumas afinidades na filosofia de ambos. Mas, qual é a sua filosofia?

Xenófanes é muito conhecido por sua crítica ao antropomorfismo teológico. Foi o primeiro filósofo a confrontar corajosamente a concepção mítica que Homero e Hesíodo tinham dos deuses. É tido, assim, como o primeiro teólogo racional, defensor da concepção monoteísta (frag. 23). Para ele Deus é único, imóvel, todo. Essa é, para muitos, sua contribuição fundamental.

Atribui-se a ele a ideia de que a terra é o início e o destino de todas as coisas – é o seu fragmento 27 (“Tudo provém da terra, e na terra tudo termina”), o que nos lembra deveras a narrativa bíblica do Gênesis: “do pó viemos ao pó voltaremos˜.

Segundo os estudos de Eric Voegelin, Xenófanes (para ele, um dos filósofos “místicos”, ao lado de Heráclito e Permênides) é o primeiro que evidencia a ordem na alma do filósofo (que é uma fonte de ordem — ainda que ele mal a tenha descoberto) em confronto com a ‘ordem’ da pólis e com a ‘ordem’ do mito.

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