Uma Nova História da Música (Carpeaux): As Origens

Esta postagem traz parte da seleção de obras musicais incluídas por Otto Maria Carpeaux no Apêndice B de seu livro Uma Nova História da Música (2ª Edição, revista e aumentada, Livraria José Olympio Editora). Acesse o arquivo inaugural aqui.

AS ORIGENS

Canto Gregoriano

Sem dúvida, escondem-se nas melodias do cantochão fragmentos dos hinos cantados nos templos gregos e dos salmos que acompanhavam o culto no Templo de Jerusalém.

São estas as melodias litúrgicas que se cantam, diariamente (…) em todos os conventos beneditinos do Velho Mundo e do Novo; e se cantarão, esperamos, até a consumação dos séculos. É a mais antiga música ainda em uso.

Poesia lírica aristocrática, música dos trovadores, cantada nos castelos

Poesia lírica popular, cantada nas aldeias

Cuckoo-Song (“Sumer is i-cumen in…”). Uma canção popula inglesa, guardada num manuscrito do começo do século XIII; é um cânone a seis vozes, isto é, as seis vozes entram sucessivamente, à distância de poucos compassos, com a mesma melodia.

Cuckoo-Song (“Sumer is i-cumen in…”) (Segunda versão)

Pérotin (1160?-1230)

São obras de uma polifonia rudimentar, blocos sonoros rudes como as pedras nas fechadas românticas das catedrais que mais tarde foram continuadas em estilo gótico. A impressão pode ser descrita como ‘majestosamente oca’.

Quis tibi, Christe

Sederunt principis

(Sederunt principis — outra versão, rearranjada por New York Polyphony e pela violinista Lizzie Ball)

Viderunt omnes

Guilherme de Machaut (1310-1377). O grande compositor da Ars Nova.

* Messe du Sacre (1367). Uma obra de vulto e importância excepcionais; escrita em 1367 para a coroação do Rei Charles V da França na Catedral de Reims. […] Machaut foi, ao que parece, o primeiro que escolheu cinco partes fixas do texto da Missa para pô-las em música: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus (com Benedictus) e Agnus Dei. […] A Missa, naquele sentido musical, é a primeira grande criação da música ocidental; e a Messe du Sacre de Machaut é o primeiro exemplo do gênero. É a obra exemplar da Ars Nova, empregando as regras complicadas da arte contrapontística, sem evitar, porém, certas discordâncias sonoras que nos parecem, hoje, arcaicas ou então estranhamente modernas.

Messe de Notre Dame

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