Daniel Defoe (1659 – 1731)
“Defoe é um dos maiores jornalistas de todos os tempos”.
“O caminho de vida de Moll Flanders, heroína da obra-prima de Defoe, começa na prisão de Newgate, passa pelo acampamento de ciganos, casas de prostituição, vários casamentos, crimes, deportações, para terminar com uma conversão contrita. O esquema, em ‘Moll Flanders’ e em outros romances de Defoe, é o do romancepicaresco espanhol, que lhe serviu de modelo. Tampouco falta o fatalismo estóico, modificado, porém, no sentido da predestinação calvinista: a pecadora Moll Flanders é vítima das desgraças que a Providência lhe enviou para guiá-la à conversão final”.
“Defoe não pretende dar um exemplum vitae humanae, mas uma advertência prática de como se deve agir ou não, na vida, para conseguir sucesso sem infringir as leis da religião e da moral”.
“Robinson Crusoe é o mais picaresco dos romances ‘picarescos’ de Defoe. Os heróis dos seus outros romances são pícaros que têm de construir as suas vidas; Robinson é o pícaro que tem de construir uma sociedade. A obra pode ser interpretada como manual do escoteiro na solidão selvagem – por isso tornou-se leitura infantil – mas também como história da sociedade burguesa que é uma sociedade de indivíduos isolados, lutando cada um por sua ventura”.
(Otto Maria Carpeaux — História da Literatura Ocidental) — compilação feita por David Bezerra no Facebook.
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