Começando a estudar Aristóteles

Um de meus tantos planos para 2017 é iniciar o estudo da filosofia de Aristóteles — ou, como sugere o prof. Olavo de Carvalho: estudar a realidade através das lentes de Aristóteles. Não é uma tarefa fácil, claro; exige perseverança, paciência e um tanto de maturidade. Porém, depois de passar dois anos estudando Platão (seus diálogos e seus principais comentadores) é chegado o momento de enfrentar a mente mais universal dos gregos.

Pretendo anotar, aqui, semana a semana, um breve relatório desse estudo, que, em sua primeira parte, provavelmente durará cerca de cinquenta semanas. É verdade que nem tudo na vida (ou quase nada) se encaixa perfeitamente em nosso planejamento inicial. Porém, planejar é preciso. A primeira etapa desse estudo será a leitura de três obras introdutórias, de pouco fôlego: Aristóteles, de Émile Boutroux, Aristóteles, de Enrico Berti, e Aristóteles Para Todos, de Mortimer J. Adler. Após, mês a mês, irei dedicar-me à leitura de suas principais obras, com o auxílio de comentadores e historiadores da filosofia.

Em linhas gerais, o planejamento inicial, sujeito a modificações ao longo da travessia, é o seguinte – os números se referem aos meses, de fevereiro a novembro:

1) Categorias e Poética

2) Retórica e Tópicos

3) Da Interpretação, Analíticos Anteriores, Analíticos Posteriores e Refutações Sofísticas

4) Metafísica

5) Metafísica

6) De Anima e Geração e Corrupção

7) Física

8) Ética a Nicômaco

9) Ética a Nicômaco

10) Política

Quer você esteja lendo este anúncio agora ou muito tempo depois, você está convidado a me acompanhar nesse caminho. Esses registros servirão (provavelmente servirão — não está garantido), para ilustrar a luta de um estudante em meio aos tantos afazeres de uma vida repleta de acidentes (necessários e inevitáveis). É também uma tentativa de responder, com propriedade, a pergunta que tanta gente tem feito a mim através do meu canal no YouTube: é possível conciliar uma vida de estudos com o exercício de uma profissão exigente?

Antes de iniciar, porém, preciso concluir o planejamento inicial de um livro que estou escrevendo (sobre um tema jurídico), terminar de ler Moby Dick, de Herman Melville, Platão, de Jean-François Mattéi — que estão demandando mais tempo e atenção do que imaginava.  Paralelamente ao (1) estudo de Aristóteles, tentarei neste ano começar a (2) escrever meu primeiro livro (um livro nada despretensioso), (3) cumprir um programa que montei para estudar a mitologia grega e (4) não perder o habitual e constante contato com a literatura imaginativa.

Aguardem o primeiro post, que sairá em alguma das próximas semanas.

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Respostas

  1. Eu ainda estou no processo de enriquecimento do imaginário. No curso sobre Aristóteles na História Essencial dá Filosofia o professor fala que a única maneira de ler Aristóteles é preenchendo o texto com as experiências próprias. =)
    Obs: não pretende ler a introdução do Giovanni Reale?

  2. Bom dia, professor. Tenho interesse por filosofia há vários anos, contudo quero começar a me dedicar um pouco mais. No momento quero ler Aristóteles e gostaria de saber se você recomenda uma ordem que facilite a compreensão.

    Tenho particular interesse em compreender como ele chegou à conclusão da existência de uma inteligência superior que “criou” o universo.

    1. Oi, Guilherme. Não há uma ordem melhor ou pior para começar a ler Aristóteles. O tema que lhe interessa está tratado, particularmente, na Metafísica e na Física.