A Luta (Murilo Mendes)
(Cantos virginais do mundo,
planos da inocência,
frêmito de amor puro.)
A vida asfixiou meus cantos de inocência,
sou da noite, da assombração
e dos ritmos desesperados.
Tardes calmas, vida lânguida nas varandas cariocas
olhando o mar, nunca mais.
Nunca mais vibrarão cantos de noivas nos meus terraços,
nem vestidos suspensos lembrarão a forma da coisa amada,
nem eu dançarei.
Nem olharei pras rosas nem me banharei na luz das madrugadas.
Sou a luta entre um homem acabado
e um outro homem que está andando no ar.
Declamação que fiz deste poema:
https://www.youtube.com/watch?v=OLT6vPdh9WY
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